terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
O Botafogo e as Ditaduras
O Botafogo e sua torcida foram os que mais sofreram durante a Ditadura Militar Brasileira. De 1968 – ano da publicação do Ato Institucional Nº 5 – até 1989 – ano da primeira eleição direta para presidente da República – o Botafogo ficou sem ganhar um título oficial. O ano de 68 foi tão barra que o título da Taça Brasil, reconhecido como Campeonato Brasileiro recentemente, só viria a ser conquistado em 1969. Em 89, pouco antes de Collor se eleger depois de derrotar Lula no segundo turno, o Botafogo poria fim a um jejum de quase 21 anos sem gritar “É Campeão”!
E foram várias as oportunidades de soltar o grito de “É Campeão”. Em 1971, o Botafogo seria campeão carioca se não fosse roubado na final contra o Fluminense. No mesmo ano chegou à final do Brasileiro. No jogo contra o São Paulo, o Botafogo foi muito prejudicado, o que fez Sir Nilton Santos, então dirigente do clube, dar um soco no juiz Armando Marques. Em 1972, o Botafogo chega novamente à final do Brasileiro, mas perde o título para o Palmeiras. O clube segue montando bons times na década de 70 e no final da mesma década chega a ficar dezenas de jogos invictos, o que faz do Botafogo até hoje o dono da maior sequência sem derrotas do futebol brasileiro.
Vem a década de 80 e, quando começam as manifestações pela abertura, que queriam geral e irrestrita, mas acontece lenta e gradual; pois lá está o Botafogo. Em 1984, no comício das Diretas Já na Candelária, no Rio de Janeiro, em meio a um milhão de pessoas lá está uma bandeira do Botafogo tremulando. A década já se encaminhava para o seu fim quando o Botafogo pôs fim a mais uma ditadura, a rubro-negra, que impunha às crianças a falácia de um time fabricado para ser unanimidade, com o intuito de formar uma massa burra alheia aos problemas do país.
Por tudo isso é que o botafoguense é chamado de “sofredor”. Pois viveu na própria pele as dores da perseguição, tortura e falta de liberdade. Apesar disso, o botafoguense tem o direito, e isso ninguém tira dele, de dizer que seu clube, o Glorioso da Estrela Solitária, foi o que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira, o que mais teve artilheiros do Campeonato Carioca, que teve ídolos, verdadeiros craques, como Heleno de Freitas, Nilton Santos, Garrincha, Didi e Quarentinha.
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